quinta-feira, 27 de maio de 2010

Financiamento Cultural: novas oportunidades para produtores de quadrinhos independentes

Nossa equipe tem se dedicado nos últimos anos a produção de Histórias em Quadrinhos não tão usuais, nada de super-heróis, personagens infantis ou mundos fantásticos ou grotescos... não, não somos contra estas realidades (ao contrário, as adoramos...).



Entretanto, o mercado editorial e o espaço destinado a produção de materiais é um pouco resistente. Vencemos esta resistência procurando novos meios (ou resgatando antigos meios...) de fazer quadrinhos.



Primeiro passo: Financiamento. Aquela visão romântica de editoras com um ideal de inovação e dispostas a investir em autores novatos para conquistar mercados, só tem em filme. Em sua grande maioria, nossas editoras são temerárias e só gostam de investir em coisas óbvias. Nossa saída foi procurar o financiamento cultural: editais públicos de renúncia fiscal ou financiamento direto do governo para ações de cunho eminentemente cultural, em sua maioria, sem fins lucrativos.



Conseguimos isso com o edital do Funcultura, ação de financiamento da Fundarpe, fundação de vela pelo patrimônio imaterial e material, do governo do Estado de Pernambuco.



Muitos outros estados tem projetos semelhantes, alguns são mais acessíveis outros não, mas o importante é não esperar alguém bater a sua porta e ir atrás deles, sempre com uma boa ideia nas mãos.



E passa pelo crivo das temáticas a obtenção destes financiamentos. Dificilmente obras muito ficcionais que não tenham uma regulação ou supervisão externa ou validade pela sociedade (como consultores especializados, professores da academia, órgãos de pesquisa, etc) são aprovados, quando o são, são de artistas com grande trajetória profissional (e isso não conta!).



Foi assim que conseguimos financiar a produção deste álbum (AfroHQ).



Graças ao patrocínio e investimento do:


o AfroHQ já ficou pronto!!!

Nossa mais nova publicação já ficou pronta.

O álbum ficou muito bom, com imagens ricamente ilustradas e grandes efeitos plásticos durante a história. Vale a pena conferir a trajetória da memória africana contada pelos próprios Orixás.

Cada um deles conta uma parte da história que se relaciona com suas temáticas, cores e funções religiosas.

Destaque especial para os encontros entre os Orixás: todas as vezes que um passa a história para o outro, seus orikis - versos e exaltações em línguas africanas - que são verbalizados, revelando ao leitor curiosidades e detalhes sobre cada uma destas personalidades.

Novamente, como nos nossos trabalhos anteriores, os originais foram feitos na mão e pintados com aquarela, criando verdadeiros deleites visuais para os olhos treinados.

Lançamento agendado para o início de Julho, não percam!